31 de dezembro de 2013

Cadernos da Alma – Talvez

------->31 Dezembro 2013<-------

Talvez seria bom começar por dizer talvez
Porque hoje, o talvez, seria uma boa escolha
Talvez porque é o fim deste ano.
E porque é o fim do ano?
Talvez porque o Homem assim o quis
Não passa de um mero calendário que nos faz acreditar
Talvez num ano melhor, talvez numa mudança de planos
Ficamos presos talvez, só porque sim aos “talvezes” da vida
E talvez seriamos mais felizes se questionássemos menos
E vivêssemos mais.
Eu, possivelmente seria bem mais feliz.
E vocês?
Talvez…

18 de novembro de 2013

Cadernos da Alma – Inverno

------->18 Novembro 2013<-------

O inverno voltou !
E com ele trouxe aquela escuridão que esfria a Alma
Os pensamentos mudam
Como as pontas dos pés, que se tornam gelados
Os cobertores ganham vida no aconchego de um sofá
E a saudade, a saudade vem cheia de força
 Como na essência de uma brisa gelada
Uma chávena quente para nós aquecer a Alma
E isto é o inverno nos meus Cadernos



23 de outubro de 2013

Cadernos da Alma – Insuficiente para vocês


------->26 Setembro 2011<-------

E para variar as pessoas tendem a julgar a minha vida
Julgam-me pelo que fiz, pelo que não fiz e pelo que não farei
Sente-se todos os desabafos partilhados propositadamente
Para que eu possa sentir aquilo que pensam a meu respeito
A cada dia que passa, tudo isso são meras reticências
Das quais não vou dar importância
Neste momento tendo a por um ponto final
E em cada linha de código imprimo um ponto e virgula
Para que possa revelar a mim própria que consigo
E que nenhum desses comentários me vão afectar

Mirts®

13 de outubro de 2013

Cadernos da Alma - Xeque-mate

------->4 Maio 2008<-------

O perigo espreita a tua janela a cada hora que passa
 Sem sentires estás a ser observado pela mais estranha criatura.

Vento frio encobre as tuas palavras
As palavras que descrevem as tuas duas faces
Cada dia, cada análise de ti.
A gota de sangue retirada
Dá-nos cada milímetro daquilo
Que te tornaste.
Ou daquilo que encobriste ser.
Ser esquisito, incomodado

Atrais o meu lado mais sombrio
Onde a raiva e o ódio ganham terreno.
Fecho os olhos e tenho pena de te ter visto
Aquela primeira vez.

Dói cada invasão de espaço
Dói cada peça que me retiraste
Do xadrez da vida.

Vida curta e no entanto muito comprida
Vida estranha e dolorosa.
Acha-me esquisita, doida, aquilo que quiseres
Afinal de contas nada disso interessa
Para o xeque-mate final.

E no fim…

Não passas daquela peça fundamental
No desfecho da jogada

 Mirts

3 de outubro de 2013

Cadernos da Alma – Saudade

------->9 Setembro 2008<-------

O dia estava calmamente estúpido
A ansiedade do momento mais doloroso
Estava próximo.
Vozes, sons da natureza
Paz e jamais a calma
Se sentia naquele instante
Dor, sofrimento e já alguma saudade.

Os nossos últimos momentos foram menos bons
Mas aquele dia de despedida foi sem duvidada
Bom!
Embora as circunstâncias, embora as noites e dias agitados.
Sinto saudade, daquela pessoa que eras, que me irritava como tudo.
Daquelas pontas em cima da mesa, daquela voz…

Não escrevo com dor e sofrimento.
Escrevo…


Mirts



… com saudade.


14 de setembro de 2013

Cadernos da Alma – Conjugação distorcida

------->20 Novembro 2011<-------

E a dor inspira-me, inspira uma mente pouco sã
Seguindo os passos aos quais não dou valor
(porque tenho pés)
Vendo aquilo que não quero ver
(porque tenho olhos)
Sentir o que não posso sentir
(porque tenho o tacto)
E viajo nestes becos sem saída
(porque não sei da saída)
Levanto voo
(num avião sem asas)
Conjugação de sentimentos
Distorcidos de uma realidade!

5 de setembro de 2013

Cadernos da Alma – A Nostalgia

------->4 Setembro 2013<-------

Hoje encontrei a Nostalgia!
Disparou-me os sentidos sensoriais
A brisa que vinha do mar
Misturada com os sons que se faziam ouvir
O pôr do sol espelhado na areia molhada...
Viajei no tempo, perdi-me no espaço
Mesmo sem avião voei até aí
E recordei momentos do antes e do depois
Há coisas que jamais se podem explicar

Só se podem sentir.

27 de agosto de 2013

Cadernos da Alma – Ponto de viragem


------->12 Setembro 2011<-------

E viro mais uma página neste capítulo da minha vida
O vento sopra nas janelas da minha alma e sinto-me completa
Mas sinto-me triste.
Queria que tudo fosse mais perfeito e que a saudade não me corrompesse
Nestas viagens de curta, média e longa duração…
Como já alguém disse “só estou bem onde não estou, e só quero ir onde não vou”
Vida de viajante de viagens curtas, onde estou e não estou
Voos pequenos, que de tão altos me dão vertigens
E assim vivo sentido a chuva que por vezes me escorre na face
Essa essência nem sempre é doce, mas é o que temos
Temo esta nova página, não me sinto totalmente preparada
Cheia de energia, mas provavelmente em outros tempos também foi assim
Está na hora de sacudir o pó da pele que me guarda e reflorescer numa nova pele
Com uma nova energia, com uma enorme vontade!
E está na hora de assumir o controlo sobre mim própria e seguir em frente
E acabar o que um dia tive medo de começar
E é este o ponto de viragem decisivo
E espero com medo, mas com segurança
Acabar este capítulo da minha vida.


Cadernos da Alma

14 de agosto de 2013

Cadernos da alma - Bogango

------->26 Novembro 2009<-------

Sinto que te estou a perder
E  lentamente as cartas são postas na mesa
Misteriosamente não contas o que te aflige
E  vives triste nessa carapaça
Dias de chuva em tua vida te tornaram assim forte
E mesmo toda esburacada como uma rocha
Mantens-te firme e sempre sorridente para me ajudar
Nunca te escrevi nos meus cadernos da alma
Mas no fundo estas sempre neles presente
És uma das razões para que ele seja possível.
Custa-me envelhecer e ver que cada dia que passa
Estou a perder-te...
Mais uma jogada, mais uma tareia psicológica
E vivemos ambas assim
Assim sem saber lidar com isso
E mais uma vez
Calamos e jogamos mais uma cartada
E no final...
“As”

Cadernos da Alma 

29 de julho de 2013

Cadernos da Alma – Mar Salgado

------->28 Novembro 2011<-------

Oh mar salgado que me matas de angustia
Quando de mim estás distante
Quando em mim estás tão perto
Doí a cada onda a sucumbir nas rochas
Que em mim navegam
Sinto-te em mim e devagar me arruínas
E no dia que nasci para sempre em mim ficas-te gravado
De água provenho e do teu branco salgado que em mim permanece
Para sempre meu eterno amigo, conselheiro
A quem todos devem respeito

16 de julho de 2013

Cadernos da Alma - Cheiros, essências, cristais!

------->17 Julho 2013<-------
Cheiros, essências, cristais
Dormindo no teu colo
Sinto-me protegida
Por vezes aconchegada
Por vezes perdida.
Mas ao sair debaixo da tua asa
Os cheiros as essências e os cristais
Mudam. De facto mudam.
Passados alguns dias os aromas alteram
Criamos um espaço nosso, onde nos identificamos
E sem nos apercebermos o aromatizamos
Nem sempre o cheiro é suportável
A junção dos corpos das energias
Nem sempre criam químicas compatíveis
Uma só química, um só cheiro
Uma só pessoa
Se o aroma não for bom
O problema não são os outros
O problema és tu.

Cadernos da Alma

13 de julho de 2013

Caderno da Alma - Cristalino

------->4 Novembro 2012<-------

Cadernos angustiados, abandonados, criticados.
Saudades caladas, corações  de pedra
Chove-te em cima, o vento leva-te as pétalas
E o meu número inscrito na tua lápide
Fazem rumores na minha mente
E o esquecimento é a palavra
Que só fará parte de mim
No dia da minha morte
Ou então da velhice acompanhada de drogas
Que não esteja ao meu alcance.
A saudade é um caminho difícil de percorrer
Uma escritura difícil de apagar
Guardo-te no coração e demonstro-te no meu corpo
E os olhos de cristal podem não verter água
Mas o coração sangra de saudade.

6 de julho de 2013

Cadernos da Alma - E arrepio-me…

-------> 11 Abril 2006<-------

E arrepio-me…
Sim arrepio me quando vejo a tua imagem
Quando penso que nada disto poderia ter te acontecido
A ti não…
Mas a verdade injusta que permanece
E me quer abrir os olhos
Para ver este pesadelo
Sim é um pesadelo, pensar que partis-te
E nós ficamos sofrendo a tua ausência
Tudo é motivo para te relembrar
E arrepio-me…
Quando vejo tudo na minha mente
Do que passamos juntas
Queria poder viver
Muitas mais coisas contigo
E arrepio-me…
Muito, quando vejo que foste mesmo embora.
Mirts®


E fico triste quando acordo e vejo que não foi um pesadelo e é uma realidade

Arrepio-me…


Cadernos da Alma

29 de junho de 2013

Cadernos da Alma – Libertação

-------> 13 Agosto 2012<-------

Hoje vou deitar fogo ao que me mata
Me mata aos poucos sem me aperceber
Rouba-me energia ao anoitecer
Fogo que arde em mim
Vou guardar no coração
O que não posso guardar em papéis
Vou guardar na alma o que as cinzas levarem
Hoje vou libertar-me!
Mas hoje também me vou recordar vocês
Mas tu, definitivamente és especial
Tenho saudades do teu cabelo liso, dos teus lábios grossos
E especialmente da tua voz sexy.
Hoje vou cortar a alma aos bocados
Mas hoje vou libertar-me do pó armazenado em cadernos sem fim
Vou manter praticamente só uma alma
Alma livre para construir novos cadernos
Cadernos novos sem pó
Onde tu estarás sempre presente
Porque posso libertar-me do pó
Mas jamais me libertarei de ti.
(“keep this private”)

26 de junho de 2013

Cadernos da Alma – Olhar felino

-------> 9 Agosto 2011<-------

Espreito na sombra esse teu olhar felino
Onde o teu lado mais escuro me atrai
Atrai-me o teu estilo, a tua maneira de agir
Sinto-me distante daquilo que um dia sonhei
Sinto que a idade já não me permite
E na sombra caminho por entre a lua
No meio das garras que a sociedade me impõe
Mas mesmo arranhada sobrevivo a mais um dia
Pois esse teu olhar felino me atrai
E mesmo na sombra serei sempre aquilo que um dia sonhei
E a razão é…
É o reflexo do mar nesse teu olha felino
Reflecte simplesmente quem te olha
E esse olhar é só meu!

Cadernos da Alma 

24 de junho de 2013

Cadernos da Alma - Insónia


-------> 22 Junho 2013<-------

A madrugada acompanha-me nestas horas de insónia
Os pássaros já cantam felizes pela chegada do sol
As luzes do caminho desapareceram
E a escuridão ainda se vê da minha janela
Os carros roçam as passadeiras de calçada
Hoje a nostalgia da humanidade me invadiu
Só o simples facto de olhar para o pôr do sol
Me trouxe grande tristeza
Como somos fracos e vivemos simplesmente para isso
Temos de responder a uma sociedade suja por ela própria
Talvez esteja a mudar a minha personalidade
Começo a ficar cansada
Ah deixa para lá, já não interessa para ninguém
Devíamos ser como os tigres
Livres, selvagens, poderosos.
Sem medo da insónia

Cadernos da Alma

Boa noite

Para quem não me conhece, escrevo desde 2004, embora não tenha uma página/blog desde essa altura,
sou simplesmente mais uma pessoa do planeta que gosta de escrever e desabafar nas linhas quebradas da vida, com muitos erros ortográficos mas vem tudo da alma ;).

Desde já fica aqui o agradecimento a todos que me acompanham...

Enquanto não tiver poemas aqui podem seguir-me em:


e-mail: cadernosdaalma@gmail.com