20 de dezembro de 2014

Cadernos da Alma - Vulcão

------->19 Dezembro 2014<-------
A fogueira está acessa
Neste recanto sombrio
O sol bate naquela janela da alma
Sóbria, viva, enaltecida
Força de um vulcão
Numa correria de lava quente
Que leva tudo à sua frente
Sentimentos perdidos
Abraço queimado,
De braços partidos
Numa tarde de inverno

Vulcão_CA

22 de novembro de 2014

Cadernos da Alma - Balança

------->20 Novembro 2014<-------
Os meus Cadernos sentiram a minha falta
Já não escrevia a alguns dias
Isso pode ser bom sinal, não se preocupem
Erguer a cabeça nem sempre é tarefa fácil
Mas por vezes há uma necessidade
Que nasce e nem nós sabemos de onde

Todos os anos no fim de Dezembro
Ao brindarmos, pensamos inevitavelmente
Que o ano que entra vai ser melhor que o anterior
E juramos pra nós próprios em silencio
Ser pessoas melhores e concretizar
Os nossos sonhos, mesmo aqueles
Cheios de pó da gaveta mais velha da infância
Eu penso, pelo menos…

Este ano foi um ano difícil, foi um ano de lutas e lutos
Mudança talvez seja a palavra que engloba tudo isso
Porque na realidade foi o que aconteceu
Eu mudei, não sei se para melhor
Espero ter aprendido a lição
Que esta dura vida nos quer ensinar

Balança-CA

14 de novembro de 2014

Cadernos da Alma - Queimar

------->13 Novembro 2014<-------
Chega aquele dia
Que fazes uma retrospecção
O balanço de tudo o que te aconteceu
E todos nós já nos sentimos...
Assim um dia. Assim perdidos
E ainda bem que nos perdemos
Para nos encontrarmos
Vamos coleccionando vitorias
E arquivando derrotas
Essas folhas de linhas em fogo
Aprendes o que é queimar e cicatrizar.

Queimar-CA

10 de novembro de 2014

Cadernos da Alma - Borgonha

------->24 Julho 2012<-------
E esse olhar azul. Que das profundezas provem
Mar profundo e sombrio que mudas como o vento
Sou esse olho azul que guarne essa sombria imensidão
Sou espelhos confusos, da união da mesma prata.
Sou a dor de um dois e a alegria de um nove
Que unem laços familiares em distintas amarguras
Sou a solidão e preocupação de uma armadura oca
Corrompidos pelo amor frio, distantes e amargos sabores
De uma cor sóbria borgonha que me enoja o pensamento

De vícios não admitidos esbofeteando o meu olhar.

Borgonha-CA



1 de novembro de 2014

Cadernos da Alma - Descansa em Paz

------->1 Novembro 2014<-------
Mais um mês começa
Mais umas linhas
Nestes meus Cadernos
Na realidade este ano
É um ano de mudança
Muita coisa mudou
Muito luto se iniciou
Lutos internos e externos
Metas, derrotas...conquistas
E no final, como nos filmes
Acaba tudo bem.


Explicações não valem
Para quem não as merece
E por hoje ser o dia dos “mortos”
Acho que é um dia apropriado
Para enterrar!


Enterrar pensamentos ruins
Enterrar pessoas mortas dentro de si
Em tempos o drama faria parte das minhas linhas
Mas hoje não, hoje eu não me enterro, eu não me vendo
Eu sou livre, independente!
Sei sorrir perante o que julgam ser minhas derrotas
Na verdade eu ressuscitei, e deixei quem quis ficar enterrado
Quando quiseres sair dessa lápide à qual estás agarrado
Estarei aqui, viva, para te estender a mão.
Até lá, descansa em paz.



23 de outubro de 2014

Cadernos da Alma - Revolta em mim

------->28 Dezembro 2004<-------
Hoje sinto a revolta dentro de mim
Comparo me ao mar
Mar que tanto sinto bater
Nas rochas do meu coração
Mar que une e separa terras
O mar revoltado em mim...


Revolta em Mim-CA

20 de outubro de 2014

Cadernos da Alma - Mas não chegas

------->13 Janeiro 2005<-------
Murmúrios de ti
Nesta noite gelada
Anseio a tua chegada
Mas não chegas…
Olho em volta da janela fria
Respiro solidão numa noite brilhante
Música que me aquece o coração
E me entristece a alma
Sei onde estás e com quem
Mas desespero de saudade
Mais uma vez sento me na lua
Á tua espera
Mas não chegas…
Simplesmente
Não chegas…

Mas não chegas-CA



13 de outubro de 2014

Cadernos da Alma – Inimigo invisível

------->19 Julho 2011<-------
Várias são as vezes, em que as linhas que são ausentes nos meus cadernos
São escritas e reescritas, e o relógio dá a segunda volta
A noite inspira-me!
E os morcegos são meus parceiros de quarto, as estrelas são minhas companheiras de tecto
E sou feliz assim, alguns dias mais do que outros…
A vida continua, somos seres insatisfeitos por natureza
Mas há sempre aquele companheiro de sonho que me atormenta durante a noite
Aquele subconsciente estuporado que me deixa a revirar os lençóis minutos a fio
Parecem horas… e acordo cansada como se não tivesse dormido
Ah, o que vou eu fazer para fazer as pazes com esse
Esse ser invisível que me assombra
Já há muitos anos, em quase todas as noites
Vou tentando resolver os meus problemas com o subconsciente

Mas não é fácil, será que há cura para este mal antigo?

Inimigo Invisível-CA

5 de outubro de 2014

Cadernos da Alma - Sonho da Menina

------->4 Maio 2011<-------
Uma menina infeliz
Vivia sozinha no seu mundo
Onde não tinha amigos
Não tinha sonhos…
… não tinha nada!
Existia, vivia
Ou melhor sobrevivia…
Sobrevivia naquela confusão de ideias
Não sabia porque, mas não havia auto-estima
Não havia amor-próprio
Não existia nada naquele coração doente.
Menina por dentro, Mulher por fora
Esta cresceu, não o suficiente, pois ninguém cresce
Essa Mulher que era Menina
Afinal tinha amigos, tinha vida!
Tinha tudo, ou quase tudo para ser feliz
Tinha condições para ser FELIZ!
Afinal aquela Menina tinha um SONHO
O SONHO DE SER ALGUÉM
Sonho esse que jamais deveria ter sido roubado
Aquela Menina!
A mim, resta me saber se a Mulher

Vai reconquistar o sonho da Menina.


1 de outubro de 2014

Cadernos da Alma - Medo

------->4 Dezembro 2011<-------
Hoje sinto necessidade de dizer ao mundo o que sinto
Hoje sinto necessidade de dizer aquilo que sinto em relação a vocês
Hoje sinto necessidade de morrer por um instante
Tenho uma dor no peito que não sei concertar
Uma torneira rota que não para de pingar
Não existe canalizador qualificado na minha vida
E sonho em poder dizer aquilo que sinto
Mas sinto medo, insegurança, tristeza
Haverá cura para essa porcaria toda?
Hoje sinto-me a morrer aos bocadinhos
E não sei a cura para tal doença ainda não inventada
E mais uma vez a noite acompanha-me...
Acompanha-me na triste melodia
Uso a borracha constantemente

Medo-CA



26 de setembro de 2014

Cadernos da Alma - Karma

------->26 Setembro  2014<-------
Engraçado como nos tramamos a nós mesmos
Pode demorar segundos, minutos, horas…
Dias, meses ou até anos
Mas quando chega a hora...
Quando a hora chega nós
Pagamos!
Irei assumir as minhas dívidas
E os respectivos juros ao banco
Mas não tenciono pagar a dobrar
Se o teu afastamento é Karma
É justo, eu aceito


Karma-CA

17 de setembro de 2014

Cadernos da Alma - Fenda

------->13 Setembro  2014<-------
O teu coração pode estar todo rachado
Mas é por essas fendas que vai entrar
O sol para te aquecer a alma
Um café logo pela madrugada fresca
Um mar revolto, e mais um dia feliz.


Fenda-CA
















12 de setembro de 2014

Cadernos da Alma - Tempestade

------->12 Setembro  2014<-------
São dias de chuva, cinzentos
Aglomerados de nuvens
Esfaqueadas pelo vento
Reféns da tempestade
(Raios e trovões)


Mas são essas tempestades
Que permitem às nuvens
Voltar à sua cor
Onde o sol já pode espreitar


Connosco acontece o mesmo
Quando sofremos, esse sofrimento
É que nos permite voltar a ser feliz.



Tempestade-CA

6 de setembro de 2014

Alma

------->5 Setembro  2014<-------
As desculpas acumulam-se
Naquela gaveta da minha alma
Aquela que pretendo não abrir
Porque me doí, doí na alma
A minha alma é sensível
Vocês não entenderiam
Porque me esforço demais

Para que isso não aconteça


Alma-CA

2 de setembro de 2014

Anos de vida

------->2 Setembro  2014<-------
Números, novamente os números
Eles são lindos, matematicamente perfeitos
Eles vivem dia e noite, são nossos companheiros
São amigos ou inimigos para toda a vida.
Hoje o 7 é o número escolhido
Para me acompanhar neste desabafo
É ímpar e só por isso já é especial
Hoje marcam 7 anos de vida sem ti
De alegrias e tristezas e também saudade
Hoje é só mais um dia de vida
Na vida de muita gente
Para nós é mais um marco da tua ausência
E por consequência...

A ausência de todos vós.

Anos de Vida-CA

31 de agosto de 2014

Parasita

------->Algures em 2007<-------
Anoitecia calmamente
E a brisa batia no seu rosto
Rosto cansado
Daquilo que julgam não cansar
A batida do vento junto às ondas
Do seu mar solitário, amigo
Revoltado, cansado … calmo e distante
Mares antes nunca vistos
Ondas tresloucadas tocam na melodia
Da sua mente
Insegura, agridoce parva mas honesta
Jamais tocaria no que seria vosso
A não ser que se tornasse nosso
Por ambas as escolhas
Tristeza com momentos alegres
Moleza em momentos solitários
Guerra com aquilo que a vicia
Toxicodependente dos seus vícios
Calma ou talvez não
Assim é a esquisita

PARASITA!

Parasita-CA